Evidências Científicas e Afins


Estreptococo do grupo B: rastrear ou não rastrear no Brasil? Eis a questão
Group B streptococcus: to screen or not to screen in Brazil? That is the question
Eliana Amaral*
Os estudos sobre a prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B (EGB) refletem a
preocupação dos grupos de pesquisa nacionais com as complicações associadas a este agente, quando
há intervenções eficazes para seu controle. Em artigos publicados na RBGO, sendo um neste fascí-
culo, foram avaliadas as prevalências da colonização pelo EGB entre gestantes com mais de 35
semanas realizando pré-natal em hospitais-escola do Paraná e de Santa Catarina
1,2
. Os dois estudos coletaram amostras anal e vaginal e utilizaram meio específico para isolamento e identificação
da bactéria, conforme recomendação internacional (Schrag et al., 2002)
3
. As prevalências encontradas foram 14,9 e 21,6%, respectivamente, valores que estão dentro da variação relatada em outros
países.
O EGB está associado a infecção materna puerperal. Mas o grande temor é a sepse neonatal
precoce, que se observa com menor freqüência, porém com maior mortalidade entre prematuros. A
colonização ocorre em metade dos recém-nascidos de mães portadoras, mas apenas 2% terão os
quadros infecciosos neonatais. Se a prevalência de colonização materna nacional for de 20% em
média, devemos ter uma incidência de dois casos para cada 1000 nascidos vivos na ausência de
intervenções profiláticas. Não está implementada a vigilância de casos de sepse neonatal no país,
nem existem dados populacionais que nos permitam confirmar esta incidência.
O uso de antibiótico no trabalho de parto (penicilina intra-venosa) é a intervenção profilática
recomendada
4
. A polêmica está na estratégia mais adequada para selecionar as gestantes que
devem receber esta profilaxia, visto que apenas dois em cada 1000 partos ou 1% das gestantes
colonizadas pelo EGB podem ter recém-nascidos acometidos pela sepse neonatal precoce, como vimos. A primeira estratégia proposta e adotada internacionalmente foi o uso de fatores de risco que
incluem: parto prematuro, temperatura superior a >38
o
C durante trabalho de parto, ruptura de
membranas por mais de  18 horas, ou antecedente de feto anterior acometido por EGB e infecção
urinária por EGB na gestação.
O debate sobre o uso de cultura pré-natal tardia em substituição aos fatores de risco é intenso.
A mudança de conduta nos EUA seguiu as recomendações do Centers for Disease Control and Prevention
(CDC). Em 1996, propunham-se as duas estratégias, fatores de risco no trabalho de parto ou triagem
pré-natal, para orientar a profilaxia intra-parto. Na publicação de 2002, decidiu-se pela exclusão da
primeira estratégia, visto que metade dos casos de sepse precoce ocorria sem fatores de risco e que
se conseguia uma melhor adesão à profilaxia pelos profissionais quando o resultado da cultura era
disponível. Outras razões para uso da triagem incluíram o argumento de reduzir o uso de antibiótico
desnecessário em mulheres não colonizadas, facilitar a recomendação e a definição de indicadores
para avaliação da implementação da estratégia. Entretanto, as diferentes estratégias não diferiram
quanto ao percentual estimado de uso de antibiótico intraparto, cerca de 24%, com seus riscos
potenciais que são a anafilaxia pela penicilina e desenvolvimento de infecção neonatal e materna
com bactérias resistentes (Schrag et al., 2002)
3
.
No Brasil, não há nenhum consenso ou recomendação técnica sobre o tema. No projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira
5
, sugere-se realização de cultura no terceiro trimestre se
houver fatores de risco, proposta diferente das que constam na literatura internacional. Nos eventos científicos e publicações de obstetras, neonatologistas e infectologistas observa-se o interesse
crescente pelo tema. A preocupação de quantificar inicialmente o problema, como o fizeram Beraldo
et al.
1
e Pogere et al.
2
, é louvável e necessária para embasar discussões no país.
*Professora-Doutora do Departamento de Tocoginecologia
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).166
Um estudo no Rio Grande do Sul encontrou uma incidência de 1/1000 nascidos vivos acometidos
6
 e no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas
(CAISM-UNICAMP), a incidência foi 1,4/1000 antes da implementação de profilaxia vinculada a
fatores de risco, de 1995 a 2000
7
. Assim, a incidência estimada no Brasil, sem o uso de medidas
profiláticas, pode ser inferior à dos EUA antes da implementação de medidas preventivas (2-3/
1000), mas superior àquela que se alcançou com a adoção da cultura pré-natal (0,2-0,4/1000)
8
.
Também é superior aos valores observados no Reino Unido (0,5/1000), onde se utilizam os fatores
de risco como estratégia para orientar a profilaxia intra-parto
9
.
Pode ser que a diferença de sorotipos, além de características da população, influencie estes
resultados. Há oito sorotipos do EGB, sendo o sorotipo III aquele que mais se observou entre os
recém-nascidos doentes dos EUA10
. No Brasil, Alves
10
 encontrou predomínio do sorotipo Ib, seguido
por tipo II e Ia, entre gestantes de Jundiaí, São Paulo.
Beraldo et al.
1
 e Pogere et al.
2
 não encontraram nenhuma associação entre idade, paridade e
escolaridade com colonização materna. Pogere et al.
2
 observaram maior prevalência entre mulheres com mais de um parceiro sexual no último ano e maior freqüência de relações sexuais (55,6%),
uma associação que não tem sido consistentemente relatada na literatura. A impossibilidade de
encontrar claros fatores de risco levou os autores a concluir que não é possível selecionar, pelos
antecedentes, as gestantes que devem receber profilaxia no momento do parto e a recomendar a
utilização das culturas pré-natais de triagem.  Também Pinto et al.
11
 não foram capazes de identificar fatores de risco em 46% dos casos de sepse neonatal por EGB.
Parece ser custo efetivo adotar/implementar a estratégia de triagem pré-natal se a incidência excede 1,2/1.000, o que seria 0,6/1.000 para a estratégia dos fatores de risco. Também se
calculou que a incidência da sepse é 5,1/1000 partos quando a cultura é positiva e os fatores de
risco são negativos e 0,9/1000 quando um dos fatores de risco é positivo e a cultura pré-natal é
negativa, reforçando a idéia da maior efetividade de uma estratégia baseada em triagem pré-natal
3
. Entretanto, a implementação da rotina de culturas no pré-natal entre a 35ª e a 37ª semanas
certamente não é viável a curto ou médio prazo dentro da rede pública de assistência, na qual a
urocultura não é exame recomendado numa rotina simplificada e o EGB não é incluído na rotina
ampliada (Ministério da Saúde, 2001)
12
.
Além do problema óbvio de custo, os laboratórios nacionais, públicos e privados, não parecem
estar preparados para atender a esta demanda da atenção perinatal. Há inúmeros detalhes, da
coleta do material (sítio) à identificação do agente (características e conservação do meio de cultura), que precisam ser discutidos, normalizados e implementados. Nos EUA, tal proposta vinha sendo
progressivamente implementada desde sua recomendação como estratégia opcional em 1996, permitindo-se encontrar 94% de 207 laboratórios de sete estados realizando a coleta de amostras de
vagina e reto, e 89% usando meios seletivos enriquecidos em 2003 (CDC, 2004)
13
. Estas recomendações a respeito da cultura são respaldadas pela taxa de 50% de resultados falsos-negativos quando
se usa meio não seletivo e amostra apenas vaginal
3
.
Alguns serviços, incluindo a maternidade da UNICAMP desde 2002, já têm adotado a profilaxia
intra-parto baseada em fatores de risco. Também temos realizado estudos sobre a prevalência da
colonização materna em situações de trabalho de parto prematuro e ruptura prematura de membranas, encontrando 25,2 e 34%, respectivamente
14
. A realização da pesquisa nos auxiliou a estabelecer uma rotina laboratorial e as gestões para incluir a cultura na rotina pré-natal estão em
andamento. Mesmo nos EUA, já se reconhece que é preciso simplificar e reduzir custos de procedimentos laboratoriais, mantendo a capacidade diagnóstica
15
.
Concluindo, a taxa de colonização materna, como mostraram estudos publicados nesta revista, e a incidência de complicações perinatais causadas pelo EGB sem o uso de intervenções profiláticas
parecem ser similares ao que se observa na literatura internacional. Se a estratégia com cultura
pré-natal não é viável a curto prazo, não se pode postergar a implementação diligente da estratégia
por fatores de risco, em face da inquestionável eficácia da intervenção.
Paralelamente, precisamos criar um sistema de vigilância das causas de sepse neonatal e
materna, para acompanhar as tendências da incidência e distribuição de agentes responsáveis.
Quanto à introdução da cultura pré-natal, o maior conhecimento da situação nacional e do impacto
das práticas implementadas em publicações de experiências nacionais e a discussão trans-disciplinar que inclua obstetras, neonatologistas, infectologistas, patologistas clínicos e gerentes de
saúde deverão facilitar a decisão de conduta.167
De qualquer modo, no caso de partos anteriores à 35ª semana (prévios à coleta da cultura)
deve-se empregar profilaxia, assim como para os casos sem resultado disponível ou colhidos há
mais de cinco semanas do parto. Também é importante lembrar que não se recomenda, no momento, profilaxia no trabalho de parto se a cultura for negativa mesmo com fator de risco, e nos casos de
cesáreas eletivas, sem trabalho de parto ou ruptura das membranas, mesmo se a cultura for positiva.
A maior certeza é que não se pode mais alegar ignorância, e que a implementação da profilaxia
por fatores de risco é um passo necessário. Estamos no primeiro tempo deste jogo e a bola está nos
pés dos obstetras!
Referências
1. Beraldo C, Brito ASJ, Saridakis HO, Matsuo T. Prevalência de colonização vaginal e anorretal por estreptococo
do grupo B em gestantes de terceiro trimestre. Rev Bras Ginecol Obstet. 2004;26(7):543-9.
2. Pogere A, Zoccoli CM, Tobouti NR, Freitas PF, D´Acampora AJ, Zunino JN. Prevalência de colonização pelo
estreptococo do grupo B em gestantes atendidas no ambulatório de pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet.
2005;27(4):172-8.
3. Schrag S, Gorwitz R, Fultz-Butts K, Schuchat A. Prevention of perinatal group B streptococcal disease. Revised
guidelines from CDC. MMWR Recomm Rep. 2002;51(RR-11):1-22.
4. Dermer P, Lee C, Eggert J, Few B. A history of neonatal group B streptococcus with its related morbidity and
mortality rates in United States. J Pediatr Nurs.  2004;19(5):357-63.
5. Associação Médica Brasileira. Projeto diretrizes. Assistência pré-natal [homepage na internet]. São Paulo; 2003
[citado em 10 ago 2003]. Disponível em: http://www.amb.org.br
6. Miura E, Martin MC. Group B streptococcal neonatal infections in Rio Grande do Sul, Brazil. Rev Inst Med Trop
Sao Paulo. 2001;43(5):243-6.
7. Calil R, Millen FC, Souza SN, Andrade EAPP, Marba STM. Doença por Streptococcus do grupo B: casuística da
Unidade neonatal do CAISM/UNICAMP – 1995-2000. Anais? do 5º Congresso Latino-Americano de Perinatologia;
2000 mês dias?; Rio de Janeiro, Brasil. Cidade: Editora; 2000. p. ?
8. Chen KT, Puopolo KM, Eichenwald EC, Onderdonk AB, Lieberman E. No increase in rates of early-onset neonatal sepsis by antibiotic-resistant group B Streptococcus in the era of intrapartum antibiotic prophylaxis. Am J
Obstet Gynecol. 2005;192(4):1167-71.
9. Kenyon S, Blocklehurst P, Blackburn A, Taylor DJ. Antenatal screening and intrapartum management of Group
B streptococcus in the UK. BJOG. 2004;111(3):226-30.
10.Alves VMN. Prevalência e fatores de risco associados à colonização retal e vaginal pelo Estreptococo do grupo B
em parturientes e suas características fenotípicas [dissertação]. Campinas: Universidade de Campinas; 2005.
11.Pinto NM, Soskolne EI, Pearlman MD, Faix RG. Neonatal early-onset group B streptococcal disease in the era
of intrapartum chemoprophylaxis: residual problems. J Perinatol. 2003;23(4):265-71.
12.Ministério da Saúde. Programa de humanização do pré-natal e do nascimento. Informações para gestores e
técnicos. Brasília; 2001.
13.Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Laboratory practices for prenatal group B streptococcal
screening: seven states, 2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2004;53(23):506-9.
14.Nomura ML. Colonização materna e neonatal por estreptococo do grupo B em gestantes com trabalho de parto
prematuro e/ou ruptura prematura pré-termo das membranas [tese]. Campinas: Universidade de Campinas;
2005.
15.Rauen NC, Wesenberg EM, Cartwright CP. Comparison of selective and nonselective enrichment broth media
for the detection of vaginal and anorectal colonization with group B streptococcus. Diagn Microbiol Infec Dis.


Recomendações da OMS para Atendimento ao Parto Normal
A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas:
1. Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/ companheiro e, se aplicável, a sua família.
2. Avaliar os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contacto com o sistema de saúde e no momento do primeiro contacto com o prestador de serviços durante o trabalho de parto e parto.
3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do nascimento.
4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto.
5. Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações.
6. Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante.
7. Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.
8. Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto.
9. Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o trabalho de parto e parto.
10. Oferecer às mulheres todas as informações e explicações que desejarem.
11. Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.
12. Fazer monitorização fetal com auscultação intermitente.
13. Usar materiais descartáveis ou realizar desinfecção apropriada de materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto.
14. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na dequitação da placenta.
15. Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto.
16. Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de parto e parto.
17. Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo, pelo uso do partograma da OMS.
18. Utilizar oxitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm perigo em conseqüência de uma pequena perda de sangue.
19. Esterilizar adequadamente o corte do cordão.
20. Prevenir hipotermia do bebê.
21. Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento materno.
22. Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.
B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas:
1. Uso rotineiro de enema.
2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos.
3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.
4. Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa.
5. Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.
6. Exame retal.
7. Uso de pelvimetria radiográfica.
8. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado.
9. Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e parto.
10. Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo.
11. Massagens ou distensão do períneo durante o parto.
12. Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar hemorragias.
13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação.
14. Lavagem rotineira do útero depois do parto.
15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.
C) Condutas utilizadas com insuficientes evidências que apóiem a sua clara recomendação e que devem ser utilizadas com precaução até a conclusão de novos estudos:
1. Método não farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa.
2. Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa d’água) durante o início do trabalho de parto.
3. Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto.
4. Manobras relacionadas à proteção ao períneo e ao manejo do pólo cefálico no momento do parto.
5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento.
6. Utilização de ocitocina rotineira, tração controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitação.
7. Clampeamento precoce do cordão umbilical.
8. Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante a dequitação.
D) Condutas freqüentemente utilizadas de forma inapropriada:
1. Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto.
2. Controle da dor por agentes sistêmicos.
3. Controle da dor através de analgesia epidural.
4. Monitoramento eletrônico fetal.
5. Utilização de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao parto.
6. Exames vaginais freqüentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços.
7. Correção da dinâmica com a utilização de ocitocina.
8. Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto.
9. Cateterização da bexiga.
10. Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.
11. Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, como por exemplo, uma hora, se as condições maternas e do feto forem boas e se houver progresso do trabalho de parto.
12. Parto operatório (cesariana).
13. Uso liberal ou rotineiro de episiotomia.
14. Exploração manual do útero depois do parto.




Documentação
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Certidão de Nascimento
O que é?
A certidão de nascimento é o primeiro passo para o pleno exercício da cidadania. Ela comprova sua existência, seu local e data de nascimento, o nome dos seus pais e avós.
Sem esse documento, os cidadãos ficam privados de seus direitos mais fundamentais e não tem acesso aos programas sociais. Adultos, não podem obter a carteira deidentidade, CPF e outros documentos.
Como fazer? 
Tirar uma certidão de nascimento é um processo fácil, rápido e o ideal é que os bebês já saiam das maternidades com nome e sobrenome.
Se a criança nasceu em hospital ou maternidade, os pais recebem uma via da Declaraçãode Nascido Vivo (DN) que deve ser levada a um Cartório de Registro Civil. Se a criança nasceu em casa, os pais ou a pessoa responsável pelo registro podem ir direto a um cartório.
A certidão de nascimento pode ser feita em qualquer cartório, de preferência um que seja próximo ao local de nascimento. O prazo máximo é de 15 dias após o nascimento da criança, mas caso os pais morem a mais de 30 quilômetros do cartório mais próximo, o período aumenta para três meses após o nascimento. Se for a mãe a pessoa a registrar a criança, o prazo para declaração é prorrogado por 45 dias.
registro deve ser feito pelo pai da criança. Caso o pai não possa, é a mãe quem deve realizar o registro. Veja a ordede quem pode fazer o registro da criança:
1. Pai
2. Mãe
3. Parente mais próximo
4. Administradores do hospital onde nasceu a criança
5. Médicos e parteiras que assistiram o parto
Pessoa idônea da casa em que ocorreu o nascimento (se for fora da residência da mãe)
6. Encarregados da guarda da criança.

Documentos necessários 
Se os pais da criança são casados, devem comparecer ao cartório também com a Certidão de Casamento e na companhia de duas testemunhas maiores de 21 anos. Se não forem casados, um deles ou os dois devem comparecer com carteira de identidadeou registro de nascimento, além de estar acompanhados de duas testemunhas maioresde 21 anos. Nesse caso, o pai só constará no Registro Civil de Nascimento se declarar a filiação paterna ou autorizá-la por escrito.
Caso os pais da criança tenham menos de 16 anos, eles devem ir a um cartório civil acompanhados dos avós da criança ou de um responsável com mais de 21 anos. Os documentos necessários para o registro são os mesmos citados anteriormente.

Quanto custa? 
A certidão de nascimento é um direito de todo cidadão brasileiro e por isso o documento é emitido gratuitamente nos cartórios. No caso de segunda via do documento, poderá haver cobrança. Se o cidadão não puder arcar com os custos, precisará comprovar sua condição com uma declaração de próprio punho ou feita a seu pedido (caso seja analfabeto), assinada também por duas testemunhas.
Adultos e adolescentes sem certidão 
Para tirar a certidão de nascimento depois de adulto, você precisa de duas testemunhas conhecidas e de preferência mais velhas. Se os pais estiverem vivos precisarão apresentar o pedido de certidão por escrito, confirmar a paternidade/maternidade e apresentar seus documentos de identidade.
Caso a pessoa seja menor, o pedido deverá ser feito com a Declaração de Nascido Vivo do hospital junto com os documentos de identidade dos pais e ainda a declaração deduas testemunhas conhecidas.
Saiba mais sobre a campanha 2011 para registro da certidão de nascimento.

Injeção de Vitamina K no recém-nascido
Tem sido prática comum nos EUA, e na maioria dos países ocidentais, desde 1944, acolher os bebês para o mundo, sujeitando-os a uma variedade de intervenções médicas, uma das quais espetar uma dolorosa seringa cheia de vitamina K.
O nascimento é uma experiência sensorial avassaladora para o seu bebê. Ele nunca tinha experimentado frio ou fome, tinha sido cegado por luzes artificiais, ou tinha sentido o toque das mãos ou dos instrumentos de metal, papel ou pano. Mesmo a gravidade é uma sensação estrangeira.
A picada de uma agulha é um ataque terrível para o seu sistema sensorial, que está tentando se ajustar ao mundo exterior. Esta injeção é realmente o melhor para a saúde do seu bebê? Ou há uma alternativa mais compassiva?
A vitamina K é necessária para a coagulação sanguínea normal em adultos e crianças. Alguns bebês (na verdade, a maioria deles) nascem com níveis insuficientes de vitamina K.
A vitamina K oral é absorvida de forma menos eficiente do que a vitamina K, que é injetada. No entanto, isto pode ser facilmente compensado ajustando-se a dose. E uma vez que a vitamina K não é tóxica, não existe o perigo de sobredosagem ou uma reação adversa.
Se estiver mamando no peito, o bebê pode receber várias baixas doses orais vitamina K1 líquida e receber a mesma proteção da Doença Hemorrágica do Recém-Nascido, como ele iria receber de uma injeção.
Finalmente, você deve consultar o seu pediatra sobre a dose que é apropriada para o seu bebê. No entanto, há diretrizes formuladas por uma comissão internacional de médicos chamada Cochrane Collaboration. Eles têm determinado o seguinte esquema de dosagem, o que resulta em taxas muito semelhantes de protecção contra a Doença Hemorrágica do Recém-Nascido:
-1 miligrama de vitamina K líquida semanal, ou
-0,25 miligramas de vitamina K líquida diária

Por Dr. Dr. Joseph Mercola
Formado pela Universidade de Illinois em Chicago - (UIC) 1972-1976
Formado na Faculdade de Chicago de Medicina Osteopática 1978-1982
Atuação no Hospital Osteopático de Chicago 1982-1985
Residência em Medicina de Família. Chefe-residente 1984-1985
Membro da Associação de Médicos e Cirurgiões Americanos (www.aapsonline.org / PAA)

Com certeza esse texto nos faz refletir e firmarmos as nossas escolhas com mais pé no chão !



Riscos do Parto Domiciliar

por Ana Cristina Duarte

Você sabia que:

- No VBAC pode haver ruptura uterina, que as chances aumentam com o número de intervenções, que no VBAC domiciliar você precisa estar o mais perto possível de um centro cirúrgico e que o bebê pode morrer e você pode ter uma hemorragia?

- Você sabia que mesmo estando num hospital, se houver uma ruptura uterina catastrófrica, o seu bebê provavelmente vai morrer e você provavelmente vai perder o útero?

- Você sabia que no VBAC, se usar indução, ocitocina, anestesia e kristeller, e se não usar cardiotocografia contínua no caso de usar essas intervenções, as chances de uma catástrofe aumentam?

- Você sabia que em casa, se houver um prolapso de cordão ou um descolamento prematuro de placenta, existem grandes chances de seu bebê morrer? E que nos descolamentos que ocorrem no hospital também geralmente o bebê morre?

- Você sabia que a taxa de ruptura uterina em partos em mulheres com 1 cesárea prévia varia de 0,2 a 1% dependendo do estudo? Você sabia que se você for a vítima desse 1%, sua vida ficará devastada para sempre?

- Você sabia que se fizer uma nova cesariana poderá perder o útero, poderá perder a vida, poderá ter complicações gravíssimas numa próxima gravidez, e que as taxas de complicação grave da cesariana de repetição chegam a 1%, aproximadamente?

- Você sabia que no parto em casa você não pode ter analgesia e que se você não usar analgesia e não tiver suporte contínuo de uma profissional (doula, parteira, médico empático, etc) você pode não suportar a dor do parto e ter que ser transferida?

- Você sabia que a maior pesquisa que já foi publicada sobre parto domiciliar (BMJ, 2005) mostra que o parto domiciliar é tão seguro quanto o hospitalar para mulheres de baixo risco, mas que mesmo assim, bebês podem morrer no parto, entre 5 e 10 bebês a cada 1000 nascidos vão morrer após o parto, independente do local onde você estiver?



- Você entende que se você tiver um problema sério com o seu bebê num parto domiciliar, mesmo que no hospital tivesse ocorrido exatamente a mesma coisa, você será crucificada viva? Especialmente pelos médicos?

- Você sabia que se o bebê morrer no hospital você será muito mais compreendida e protegida pela sociedade e pelos médicos do que se o seu bebê tiver uma icterícia simples após um parto domiciliar?

- Você compreende que existem situações hipotéticas que se ocorrerem em casa, podem ter consequências devastadoras sobre a sua vida, e que ninguém está preparado para essas catástrofes, e que isso vai mudar sua vida para sempre?

- Você sabe que se essas situações acontecerem no hospital, você não se sentirá melhor por estar no hospital?

- Você compreende que existem situações onde, quanto mais perto de um centro cirúrgico e de uma UTI você estiver, mais segura você estará, bem como o seu bebê?

- Você compreende que quanto mais intervenções tiver no seu parto, mais importante é você estar perto de um centro cirúrgico e de uma UTI?

- Você compreende que você vive numa sociedade que quer controlar seu corpo e o seu produto, e que desobedecer as regras sociais pode ser um fardo pesado a se carregar para o resto da vida?

- Você compreende que, se optar pelo parto em casa e precisar ser transferida para o hospital por qualquer razão, você deixará de ser olhada pelas suas necessidades individuais e passará a ser olhada como "Aquela que tentou parto em casa mas não conseguiu, bem feito, viu no que deu"?

- Você entende que há um certo sadismo em se acusar mulheres que optam por algo diferente do padrão e que você pode ser vítima desse sadismo?

- Você sabe que no parto em casa não há intubação, e que se o seu bebê nascer tão mal a ponto de precisar de intubação, isso pode fazer diferença para ele? Sabe também que os bebês que precisam de intubação são os malformados, os de baixo peso, os prematuros e os que nascem de partos onde se faz o uso de drogas? E que a chance de um bebê saudável nascer mal em um parto SEM DROGAS E SEM INTERVENÇÕES, são imensamente remotas, mas que hipoteticamente pode ocorrer?

- Você compreende que se tiver uma grave hemorragia no pós-parto e ninguém fizer nada imediatamente e se você não for atendida com rapidez, pode até morrer de hemorragia?


Vocês sabiam disso tudo? Ou vocês estavam se iludindo que em casa nada de mal pode acontecer? Ou vocês, pelo contrário, estavam se iludindo que no hospital nada de mal pode acontecer?

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