Desde que me descobri grávida,
tinha a certeza do parto normal. Passei a gravidez lendo relatos e vídeos sobre
partos. Em uma de minhas pesquisas na net, conheci a Eliana, e quis que me
acompanhasse no parto como doula. Conversando
com ela, me esclareceu sobre todas as intervenções desnecessárias que são
realizadas em maternidades, e assim, veio a proposta do parto domiciliar, que
até então pra mim era algo muito distante. Mergulhei em leituras sobre esse
tipo de parto, me encantei e resolvi que era isso que eu queria viver. Idealizava
muito um parto normal, mas já não bastava que fosse normal, queria que fosse
natural, sem intervenção nenhuma, domiciliar, que o pai fosse o primeiro a
pegar e que ela viesse direto para meus braços, meu peito...Então, conheci essa
equipe maravilhosa de enfermeiras que iriam me acompanhar nesse momento tão
especial de nossas vidas.
Com a data provável de parto chegando, na ultima consulta com a médica do pré-natal com 40 semanas, ela me disse que seria muito difícil eu ter um parto normal, pois ela estava muito alta ainda. Me indicou que no outro dia já deveria ir para a maternidade, pronta para tê-la. Ignorei completamente, saí de lá e fui fazer caminhada. Caminhar, caminhar e caminhar. Durante a ultima semana saía todos os dias, pela manhã, e caminhava o dia inteiro, pelo bairro, Centro, shoppings.. meus pés doíam, mas não desanimava. Era uma atração, com aquele barrigão todo. Claro que tinha toda a preocupação se ela estava bem, e toda vez que me alimentava, contava os movimentos do meu bebê, para ver se ela estava ativa. E era bastante ativa.
Foram passando os dias e nada da Helena dar sinal de que estava na hora. As doulas, depois que completei 40 semanas, diariamente vinham me fazer o atendimento, monitorar os batimentos cardíacos. Estimulavam de várias formas, até com a técnica da acupuntura. Até que, com 41 e 2 dias, em uma das consultas diarias da equipe, estava com 4 cm de dilatação. Que alegria! Esperávamos ela aquela noite. Montaram banheira, encheram, trouxeram todo aparato para o parto. As contrações vinham espaçadas. A cada contração sentia uma alegria enorme, e indescritível...uma profunda e instintiva alegria de que estava perto de viver aquele momento que sonhei tanto. Conhece-la da forma natural, sentir o meu corpo trabalhando para traze-la.
A noite passou e o trabalho de parto não engrenou. Assim, com a data no limite, me aconselharam a ir à maternidade. E foi assim, com 41 semanas e três dias, arrumei a mala de maternidade, pois não tinha feito isso, e fomos prontos para internação. Sabia que iria conhece-la naquele dia, mas não conseguia me sentir feliz. Esperava qualquer sinal do meu corpo que avisasse que entraria em pouco tempo em trabalho de parto, mas não sentia nada. Me colocaram no soro, as contrações vieram mas sem dor. A enfermeira Arnildes esteve comigo durante todo esse tempo. No inicio da tarde, me propuseram a cesárea, pois ela estava muito alta ainda, e com as contrações ela iria sofrer. Chorei,chorei muito, pois não acreditava que meu sonhado parto estava se encaminhando para uma cirurgia. Como negar, em se falando do sofrimento de um bebê tão precioso?
Com a data provável de parto chegando, na ultima consulta com a médica do pré-natal com 40 semanas, ela me disse que seria muito difícil eu ter um parto normal, pois ela estava muito alta ainda. Me indicou que no outro dia já deveria ir para a maternidade, pronta para tê-la. Ignorei completamente, saí de lá e fui fazer caminhada. Caminhar, caminhar e caminhar. Durante a ultima semana saía todos os dias, pela manhã, e caminhava o dia inteiro, pelo bairro, Centro, shoppings.. meus pés doíam, mas não desanimava. Era uma atração, com aquele barrigão todo. Claro que tinha toda a preocupação se ela estava bem, e toda vez que me alimentava, contava os movimentos do meu bebê, para ver se ela estava ativa. E era bastante ativa.
Foram passando os dias e nada da Helena dar sinal de que estava na hora. As doulas, depois que completei 40 semanas, diariamente vinham me fazer o atendimento, monitorar os batimentos cardíacos. Estimulavam de várias formas, até com a técnica da acupuntura. Até que, com 41 e 2 dias, em uma das consultas diarias da equipe, estava com 4 cm de dilatação. Que alegria! Esperávamos ela aquela noite. Montaram banheira, encheram, trouxeram todo aparato para o parto. As contrações vinham espaçadas. A cada contração sentia uma alegria enorme, e indescritível...uma profunda e instintiva alegria de que estava perto de viver aquele momento que sonhei tanto. Conhece-la da forma natural, sentir o meu corpo trabalhando para traze-la.
A noite passou e o trabalho de parto não engrenou. Assim, com a data no limite, me aconselharam a ir à maternidade. E foi assim, com 41 semanas e três dias, arrumei a mala de maternidade, pois não tinha feito isso, e fomos prontos para internação. Sabia que iria conhece-la naquele dia, mas não conseguia me sentir feliz. Esperava qualquer sinal do meu corpo que avisasse que entraria em pouco tempo em trabalho de parto, mas não sentia nada. Me colocaram no soro, as contrações vieram mas sem dor. A enfermeira Arnildes esteve comigo durante todo esse tempo. No inicio da tarde, me propuseram a cesárea, pois ela estava muito alta ainda, e com as contrações ela iria sofrer. Chorei,chorei muito, pois não acreditava que meu sonhado parto estava se encaminhando para uma cirurgia. Como negar, em se falando do sofrimento de um bebê tão precioso?
A sala de cirurgia era pequena, e meu marido
não pode ficar ao meu lado. Chorava muito,
por não acreditar no que estava acontecendo...o médico, ao qual nem o
vi, infelizmente tratou o parto como uma aula para a médica residente, em que
tive que escutar ele explicando a cirurgia para ela, como se eu não estivesse
ali...
Tudo valeu a pena, quando escutei o choro da minha preciosa, e a vi pela primeira vez. Nada descreve esse momento! Ela me olhou nos olhos, seu olhinhos negros, parece que reconhecendo minha voz ao dizer que era a mamãe! Fiquei com ela alguns segundos, e já foi levada para os procedimentos. A enf. Rosimeire, que acompanhou a cirurgia, me trouxe de volta para coloca-la em meu peito, como falei que queria, assim pude sentir seu corpinho todo perto de mim, pude beijar, cheirar, olhar novamente em seus olhinhos negros que me fitavam, como se conhecêssemos a muito tempo, é mágico, inexplicável, conhecer aquele ser que foi gerado dentro de mim, seu corpinho que tentava reconhecer nos toques na barriga, agora aqui em minhas mãos.. . Se não fosse a Rosimeire participar, não teria vivido esse momento tão importante.
A minha recuperação foi bem chatinha, e me compensava, a cada dor, olhar para ela, amamentar, e ver que valeu a pena. A cesárea para mim foi muito frustrante. Até hoje, dez meses depois, ainda lembro pensando em como poderia ter sido diferente. Mas não me arrependo, em nada de ter tentado. E não desisti ainda de vive-lo.
Tudo valeu a pena, quando escutei o choro da minha preciosa, e a vi pela primeira vez. Nada descreve esse momento! Ela me olhou nos olhos, seu olhinhos negros, parece que reconhecendo minha voz ao dizer que era a mamãe! Fiquei com ela alguns segundos, e já foi levada para os procedimentos. A enf. Rosimeire, que acompanhou a cirurgia, me trouxe de volta para coloca-la em meu peito, como falei que queria, assim pude sentir seu corpinho todo perto de mim, pude beijar, cheirar, olhar novamente em seus olhinhos negros que me fitavam, como se conhecêssemos a muito tempo, é mágico, inexplicável, conhecer aquele ser que foi gerado dentro de mim, seu corpinho que tentava reconhecer nos toques na barriga, agora aqui em minhas mãos.. . Se não fosse a Rosimeire participar, não teria vivido esse momento tão importante.
A minha recuperação foi bem chatinha, e me compensava, a cada dor, olhar para ela, amamentar, e ver que valeu a pena. A cesárea para mim foi muito frustrante. Até hoje, dez meses depois, ainda lembro pensando em como poderia ter sido diferente. Mas não me arrependo, em nada de ter tentado. E não desisti ainda de vive-lo.
Quando lembro do envolvimento da equipe em
tornar realidade o parto natural, me emociono com esse trabalho lindo, com a
dedicação, esforço. O desejo delas era
escancarado de que isso se tornasse realidade...A participação delas foi
fundamental para que meu parto, mesmo cesárea, fosse mais respeitoso: aquela semana
de cuidado, a dedicação delas, aquele momento precioso com ela em meu peito...
Agradeço muito poder ter tido a
oportunidade de ter vivido isso. Me sinto privilegiada de ter passado esses
dias com vocês, de ter recebido todo esse cuidado em uma fase que necessitamos
tanto de carinho. Vocês valem ouro, e
fico feliz pelo trabalho de resgate desse momento que é um marco na vida da
mulher. Guardarei esses momentos em minha memoria com muito carinho. Um forte e
longo abraço.