segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Relato da Diane


Desde que me descobri grávida, tinha a certeza do parto normal. Passei a gravidez lendo relatos e vídeos sobre partos. Em uma de minhas pesquisas na net, conheci a Eliana, e quis que me acompanhasse no parto como doula.   Conversando com ela, me esclareceu sobre todas as intervenções desnecessárias que são realizadas em maternidades, e assim, veio a proposta do parto domiciliar, que até então pra mim era algo muito distante. Mergulhei em leituras sobre esse tipo de parto, me encantei e resolvi que era isso que eu queria viver. Idealizava muito um parto normal, mas já não bastava que fosse normal, queria que fosse natural, sem intervenção nenhuma, domiciliar, que o pai fosse o primeiro a pegar e que ela viesse direto para meus braços, meu peito...Então, conheci essa equipe maravilhosa de enfermeiras que iriam me acompanhar nesse momento tão especial de nossas vidas.
  Com a data provável de parto chegando, na ultima consulta com a médica do pré-natal com 40 semanas, ela me disse que seria muito difícil eu ter um parto normal, pois ela estava muito alta ainda. Me indicou que no outro dia já deveria ir para a maternidade, pronta para tê-la. Ignorei completamente, saí de lá e fui fazer caminhada. Caminhar, caminhar e caminhar. Durante a ultima semana saía todos os dias, pela manhã, e caminhava o dia inteiro, pelo bairro, Centro, shoppings.. meus pés doíam, mas não desanimava. Era uma atração, com aquele barrigão todo. Claro que tinha toda a preocupação se ela estava bem, e toda vez que me alimentava, contava os movimentos do meu bebê, para ver se ela estava ativa. E era bastante ativa.
Foram passando os dias e nada da Helena dar sinal de que estava na hora. As doulas, depois que completei 40 semanas, diariamente vinham me fazer o atendimento, monitorar os batimentos cardíacos. Estimulavam de várias formas, até com a técnica da acupuntura. Até que, com 41 e 2 dias, em uma das consultas diarias da equipe, estava com 4 cm de dilatação. Que alegria! Esperávamos ela aquela noite. Montaram banheira, encheram, trouxeram todo aparato para o parto. As contrações vinham espaçadas. A cada contração sentia uma alegria enorme, e indescritível...uma profunda e instintiva alegria de que estava perto de viver aquele momento que sonhei tanto. Conhece-la da forma natural, sentir o meu corpo trabalhando para traze-la.
A noite passou e o trabalho de parto não engrenou. Assim, com a data no limite, me aconselharam a ir à maternidade. E foi assim, com 41 semanas e três dias, arrumei a mala de maternidade, pois não tinha feito isso, e  fomos prontos para internação. Sabia que iria conhece-la naquele dia, mas não conseguia me sentir feliz. Esperava qualquer sinal do meu corpo que avisasse que entraria em pouco tempo em trabalho de parto, mas não sentia nada. Me colocaram no soro, as contrações vieram mas sem dor. A enfermeira Arnildes esteve comigo durante todo esse tempo. No inicio da tarde, me propuseram a cesárea, pois ela estava muito alta ainda, e com as contrações ela iria sofrer. Chorei,chorei muito, pois não acreditava que meu sonhado parto estava se encaminhando para uma cirurgia. Como negar, em se falando do sofrimento de um bebê tão precioso?
 A sala de cirurgia era pequena, e meu marido não pode ficar ao meu lado. Chorava muito,  por não acreditar no que estava acontecendo...o médico, ao qual nem o vi, infelizmente tratou o parto como uma aula para a médica residente, em que tive que escutar ele explicando a cirurgia para ela, como se eu não estivesse ali...
Tudo valeu a pena, quando escutei o choro da minha preciosa, e a vi pela primeira vez. Nada descreve esse momento! Ela me olhou nos olhos, seu olhinhos negros, parece que reconhecendo minha voz ao dizer que era a mamãe! Fiquei com ela alguns segundos, e já foi levada para os procedimentos. A enf. Rosimeire, que acompanhou a cirurgia, me trouxe de volta para coloca-la em meu peito, como falei que queria, assim pude sentir seu corpinho todo perto de mim, pude beijar, cheirar, olhar novamente em seus olhinhos negros que me fitavam, como se conhecêssemos a muito tempo, é mágico, inexplicável, conhecer aquele ser que foi gerado dentro de mim, seu corpinho que tentava reconhecer nos toques na barriga, agora aqui em minhas mãos.. . Se não fosse a Rosimeire participar, não teria vivido esse momento tão importante.
A minha recuperação foi bem chatinha, e me compensava, a cada dor, olhar para ela, amamentar, e ver que valeu a pena.  A cesárea para mim foi muito frustrante. Até hoje, dez meses depois, ainda lembro pensando em como poderia ter sido diferente. Mas não me arrependo, em nada de ter tentado. E não desisti ainda de vive-lo.
 Quando lembro do envolvimento da equipe em tornar realidade o parto natural, me emociono com esse trabalho lindo, com a dedicação, esforço.  O desejo delas era escancarado de que isso se tornasse realidade...A participação delas foi fundamental para que meu parto, mesmo cesárea, fosse mais respeitoso: aquela semana de cuidado, a dedicação delas, aquele momento precioso com ela em meu peito...
Agradeço muito poder ter tido a oportunidade de ter vivido isso. Me sinto privilegiada de ter passado esses dias com vocês, de ter recebido todo esse cuidado em uma fase que necessitamos tanto de carinho.  Vocês valem ouro, e fico feliz pelo trabalho de resgate desse momento que é um marco na vida da mulher. Guardarei esses momentos em minha memoria com muito carinho. Um forte e longo abraço.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pródromos da Clarissa...


A Equipe  Bem Querer presente também nos pródromos do trabalho de parto da Clarissa trouxe mais confiança ao casal, de que o sonho do parto em casa era possível.....

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Preparação para o Parto com Pranayamas,Yoganidra e Meditação

Por Eliana dePontes


Pranayamas para Gestante
Assuma uma posição sentada com a coluna ereta.
Inicie com Respiração Completa para poder ir se acalmando e se desligando das atividades cotidianas, faça duas respirações inicialmente.
Você pode fazer a Respiração Coronária, ou seja, inspire em um tempo e expire no dobro do tempo (2:4; 3;6;4:8) por 3 vezes
A seguir, faça Bástrica da seguinte forma inspire ativamente e expire também ativamente de forma lenta faça isso 3 vezes.
No retorno da Bástrica faça 3 respirações em Respiração Ujjayi
Repita por 3 voltas à sequência acima

Esse exercício lhe trará um aporte maior de energia vital para você se recompor durante um longo período de trabalho de parto e também no puerpério.
É importante se acostumar a fazê-lo e ir aumentando à medida que se sente bem, tente aumentar de três em três, a cada dois ou três dias faça os ajustes necessários, para que você se sinta com mais energia e centrada.
 Baseado em atualização de Pranayamas por Maria Elisa Bernstorff Crivellaro da Casa de Yoga Shanti Om Joinville/ SC
Yoganidra
Ao estar deitada de lado, apoiada com almofadas para se sentir confortável, num local tranquilo. Feche seus olhos e relaxe mentalmente
Leve sua consciência para os pés e relaxe, relaxe os tornozelos, pernas joelhos, coxas, virilhas, quadris, genitais, abdômen e órgãos internos, tórax, peitoral, costelas, pulmões e coração, agora relaxe, os ombros, seus braços, cotovelos, antebraços, punhos, mãos e dedos das mãos, nádegas rins, sacro, cada vértebra de sua coluna lombar, dorsal cervical, pescoço, garganta, face, boca, nariz, maxilar, queixo, olhos, sobrancelhas, testa, couro cabeludo, cérebro e suas orelhas. Sinta o corpo leve e relaxado respire tranquilamente, transmita uma sensação de leveza e sinta o corpo físico tão leve como se você fosse flutuar acima do chão, imagine-se flutuando no ar acima do chão, sua sensação é de completa leveza. Mantendo essa sensação transporte-se mentalmente para o topo de uma grande montanha, imagine-se em pé de braços abertos no topo da montanha e você vê um grande horizonte aberto azul e infinito, vendo se em pé, assim de braços abertos comece sentir uma suave brisa soprando, ela balança suavemente os seus braços, como se você estivesse voando no céu, a impressão é de estar voando livremente no céu, desfrute a sensação de estar voando no céu... e agora afaste essa imagem da sua mente e volte a tomar consciência do contato do seu corpo com o chão comece pelos pés e vá subindo até a cabeça. Consciente do corpo no chão se prepare para voltar do Yoganidra com uma respiração longa e profunda e vá se movimentando lentamente cada parte de seu corpo, espreguiçando-se à vontade. Abra seus olhos.
Baseado no áudio de Mayra C Castro instrutora de yoga Navrattnayoga de Curitiba e Praticas de Yoganidra por Maria Elisa da Casa de Yoga Shanti Om
Você pode se tiver ainda uns 10 a 15 minutos, fazer uma meditação sentada com foco na respiração lenta e profunda,
Meditação Shamata Impura
Começa com a posição do corpo lembrando que é importante manter a coluna reta, pode ser sentada na cadeira com apoio nos pés para manter a posição correta do corpo.
Agora inspire e expire relaxando, alinhando a coluna, mãos sobre os joelhos, olhando a frente com olhos abertos, olhando para um ângulo de 45 graus em direção ao chão, abaixe o queixo para corrigir o pescoço, veja se ainda resta alguma tensão e procure relaxar e respire fundo. Alguém pode falar para você ou então você mesmo falar internamente:
Inspirando e expirando, eu acalmo o corpo,
Inspirando e expirando eu amplio a serenidade do corpo
Inspirando e expirando eu levo a serenidade do corpo a um ponto máximo
Inspirando e expirando a serenidade obtida não se perde mais
Inspirando e expirando eu estabilizo a energia
Inspirando expirando eu amplio a estabilização da energia
Inspirando e expirando eu levo a estabilidade da energia ao seu ponto máximo
Agora estamos com o corpo e a energia estabilizados e observamos à condição do corpo sereno a energia serena
Inspirando e expirando eu acalmo a mente
Inspirando e expirando eu amplio a serenidade da mente
Inspirando e expirando a estabilidade de corpo, energia e mente não são mais perdidas.
Inspirando e expirando eu sustento a estabilidade de corpo, energia e mente
Inspirando e expirando eu sustento a Mandala da Serenidade dos Budas

Adaptado da Meditação Conduzida áudio Mp3 de Lama Padma Santem

 Ou Se preferir pode fazer uma Indução do Ponto de Quietude Still Point com um acessório que você pode fazer: coloque duas bolinhas de tênis usadas dentro de uma meia lado a lado, e amarre de tal forma que fiquem bem juntinhas sem espaço entre elas e dê um nó no meio bem apertado, se quiser use duas meias. Então coloque sob o osso occipital por 10 min sendo o máximo recomendado de tempo 20 min. Mantenha postura do cadáver com almofada elevando o quadril direito.
Extraido da prática da Terapia Crânio Sacral por Márcio Moraes do Instituto Moraes Florianópolis/SC)