segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Relato da Diane


Desde que me descobri grávida, tinha a certeza do parto normal. Passei a gravidez lendo relatos e vídeos sobre partos. Em uma de minhas pesquisas na net, conheci a Eliana, e quis que me acompanhasse no parto como doula.   Conversando com ela, me esclareceu sobre todas as intervenções desnecessárias que são realizadas em maternidades, e assim, veio a proposta do parto domiciliar, que até então pra mim era algo muito distante. Mergulhei em leituras sobre esse tipo de parto, me encantei e resolvi que era isso que eu queria viver. Idealizava muito um parto normal, mas já não bastava que fosse normal, queria que fosse natural, sem intervenção nenhuma, domiciliar, que o pai fosse o primeiro a pegar e que ela viesse direto para meus braços, meu peito...Então, conheci essa equipe maravilhosa de enfermeiras que iriam me acompanhar nesse momento tão especial de nossas vidas.
  Com a data provável de parto chegando, na ultima consulta com a médica do pré-natal com 40 semanas, ela me disse que seria muito difícil eu ter um parto normal, pois ela estava muito alta ainda. Me indicou que no outro dia já deveria ir para a maternidade, pronta para tê-la. Ignorei completamente, saí de lá e fui fazer caminhada. Caminhar, caminhar e caminhar. Durante a ultima semana saía todos os dias, pela manhã, e caminhava o dia inteiro, pelo bairro, Centro, shoppings.. meus pés doíam, mas não desanimava. Era uma atração, com aquele barrigão todo. Claro que tinha toda a preocupação se ela estava bem, e toda vez que me alimentava, contava os movimentos do meu bebê, para ver se ela estava ativa. E era bastante ativa.
Foram passando os dias e nada da Helena dar sinal de que estava na hora. As doulas, depois que completei 40 semanas, diariamente vinham me fazer o atendimento, monitorar os batimentos cardíacos. Estimulavam de várias formas, até com a técnica da acupuntura. Até que, com 41 e 2 dias, em uma das consultas diarias da equipe, estava com 4 cm de dilatação. Que alegria! Esperávamos ela aquela noite. Montaram banheira, encheram, trouxeram todo aparato para o parto. As contrações vinham espaçadas. A cada contração sentia uma alegria enorme, e indescritível...uma profunda e instintiva alegria de que estava perto de viver aquele momento que sonhei tanto. Conhece-la da forma natural, sentir o meu corpo trabalhando para traze-la.
A noite passou e o trabalho de parto não engrenou. Assim, com a data no limite, me aconselharam a ir à maternidade. E foi assim, com 41 semanas e três dias, arrumei a mala de maternidade, pois não tinha feito isso, e  fomos prontos para internação. Sabia que iria conhece-la naquele dia, mas não conseguia me sentir feliz. Esperava qualquer sinal do meu corpo que avisasse que entraria em pouco tempo em trabalho de parto, mas não sentia nada. Me colocaram no soro, as contrações vieram mas sem dor. A enfermeira Arnildes esteve comigo durante todo esse tempo. No inicio da tarde, me propuseram a cesárea, pois ela estava muito alta ainda, e com as contrações ela iria sofrer. Chorei,chorei muito, pois não acreditava que meu sonhado parto estava se encaminhando para uma cirurgia. Como negar, em se falando do sofrimento de um bebê tão precioso?
 A sala de cirurgia era pequena, e meu marido não pode ficar ao meu lado. Chorava muito,  por não acreditar no que estava acontecendo...o médico, ao qual nem o vi, infelizmente tratou o parto como uma aula para a médica residente, em que tive que escutar ele explicando a cirurgia para ela, como se eu não estivesse ali...
Tudo valeu a pena, quando escutei o choro da minha preciosa, e a vi pela primeira vez. Nada descreve esse momento! Ela me olhou nos olhos, seu olhinhos negros, parece que reconhecendo minha voz ao dizer que era a mamãe! Fiquei com ela alguns segundos, e já foi levada para os procedimentos. A enf. Rosimeire, que acompanhou a cirurgia, me trouxe de volta para coloca-la em meu peito, como falei que queria, assim pude sentir seu corpinho todo perto de mim, pude beijar, cheirar, olhar novamente em seus olhinhos negros que me fitavam, como se conhecêssemos a muito tempo, é mágico, inexplicável, conhecer aquele ser que foi gerado dentro de mim, seu corpinho que tentava reconhecer nos toques na barriga, agora aqui em minhas mãos.. . Se não fosse a Rosimeire participar, não teria vivido esse momento tão importante.
A minha recuperação foi bem chatinha, e me compensava, a cada dor, olhar para ela, amamentar, e ver que valeu a pena.  A cesárea para mim foi muito frustrante. Até hoje, dez meses depois, ainda lembro pensando em como poderia ter sido diferente. Mas não me arrependo, em nada de ter tentado. E não desisti ainda de vive-lo.
 Quando lembro do envolvimento da equipe em tornar realidade o parto natural, me emociono com esse trabalho lindo, com a dedicação, esforço.  O desejo delas era escancarado de que isso se tornasse realidade...A participação delas foi fundamental para que meu parto, mesmo cesárea, fosse mais respeitoso: aquela semana de cuidado, a dedicação delas, aquele momento precioso com ela em meu peito...
Agradeço muito poder ter tido a oportunidade de ter vivido isso. Me sinto privilegiada de ter passado esses dias com vocês, de ter recebido todo esse cuidado em uma fase que necessitamos tanto de carinho.  Vocês valem ouro, e fico feliz pelo trabalho de resgate desse momento que é um marco na vida da mulher. Guardarei esses momentos em minha memoria com muito carinho. Um forte e longo abraço.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pródromos da Clarissa...


A Equipe  Bem Querer presente também nos pródromos do trabalho de parto da Clarissa trouxe mais confiança ao casal, de que o sonho do parto em casa era possível.....

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Preparação para o Parto com Pranayamas,Yoganidra e Meditação

Por Eliana dePontes


Pranayamas para Gestante
Assuma uma posição sentada com a coluna ereta.
Inicie com Respiração Completa para poder ir se acalmando e se desligando das atividades cotidianas, faça duas respirações inicialmente.
Você pode fazer a Respiração Coronária, ou seja, inspire em um tempo e expire no dobro do tempo (2:4; 3;6;4:8) por 3 vezes
A seguir, faça Bástrica da seguinte forma inspire ativamente e expire também ativamente de forma lenta faça isso 3 vezes.
No retorno da Bástrica faça 3 respirações em Respiração Ujjayi
Repita por 3 voltas à sequência acima

Esse exercício lhe trará um aporte maior de energia vital para você se recompor durante um longo período de trabalho de parto e também no puerpério.
É importante se acostumar a fazê-lo e ir aumentando à medida que se sente bem, tente aumentar de três em três, a cada dois ou três dias faça os ajustes necessários, para que você se sinta com mais energia e centrada.
 Baseado em atualização de Pranayamas por Maria Elisa Bernstorff Crivellaro da Casa de Yoga Shanti Om Joinville/ SC
Yoganidra
Ao estar deitada de lado, apoiada com almofadas para se sentir confortável, num local tranquilo. Feche seus olhos e relaxe mentalmente
Leve sua consciência para os pés e relaxe, relaxe os tornozelos, pernas joelhos, coxas, virilhas, quadris, genitais, abdômen e órgãos internos, tórax, peitoral, costelas, pulmões e coração, agora relaxe, os ombros, seus braços, cotovelos, antebraços, punhos, mãos e dedos das mãos, nádegas rins, sacro, cada vértebra de sua coluna lombar, dorsal cervical, pescoço, garganta, face, boca, nariz, maxilar, queixo, olhos, sobrancelhas, testa, couro cabeludo, cérebro e suas orelhas. Sinta o corpo leve e relaxado respire tranquilamente, transmita uma sensação de leveza e sinta o corpo físico tão leve como se você fosse flutuar acima do chão, imagine-se flutuando no ar acima do chão, sua sensação é de completa leveza. Mantendo essa sensação transporte-se mentalmente para o topo de uma grande montanha, imagine-se em pé de braços abertos no topo da montanha e você vê um grande horizonte aberto azul e infinito, vendo se em pé, assim de braços abertos comece sentir uma suave brisa soprando, ela balança suavemente os seus braços, como se você estivesse voando no céu, a impressão é de estar voando livremente no céu, desfrute a sensação de estar voando no céu... e agora afaste essa imagem da sua mente e volte a tomar consciência do contato do seu corpo com o chão comece pelos pés e vá subindo até a cabeça. Consciente do corpo no chão se prepare para voltar do Yoganidra com uma respiração longa e profunda e vá se movimentando lentamente cada parte de seu corpo, espreguiçando-se à vontade. Abra seus olhos.
Baseado no áudio de Mayra C Castro instrutora de yoga Navrattnayoga de Curitiba e Praticas de Yoganidra por Maria Elisa da Casa de Yoga Shanti Om
Você pode se tiver ainda uns 10 a 15 minutos, fazer uma meditação sentada com foco na respiração lenta e profunda,
Meditação Shamata Impura
Começa com a posição do corpo lembrando que é importante manter a coluna reta, pode ser sentada na cadeira com apoio nos pés para manter a posição correta do corpo.
Agora inspire e expire relaxando, alinhando a coluna, mãos sobre os joelhos, olhando a frente com olhos abertos, olhando para um ângulo de 45 graus em direção ao chão, abaixe o queixo para corrigir o pescoço, veja se ainda resta alguma tensão e procure relaxar e respire fundo. Alguém pode falar para você ou então você mesmo falar internamente:
Inspirando e expirando, eu acalmo o corpo,
Inspirando e expirando eu amplio a serenidade do corpo
Inspirando e expirando eu levo a serenidade do corpo a um ponto máximo
Inspirando e expirando a serenidade obtida não se perde mais
Inspirando e expirando eu estabilizo a energia
Inspirando expirando eu amplio a estabilização da energia
Inspirando e expirando eu levo a estabilidade da energia ao seu ponto máximo
Agora estamos com o corpo e a energia estabilizados e observamos à condição do corpo sereno a energia serena
Inspirando e expirando eu acalmo a mente
Inspirando e expirando eu amplio a serenidade da mente
Inspirando e expirando a estabilidade de corpo, energia e mente não são mais perdidas.
Inspirando e expirando eu sustento a estabilidade de corpo, energia e mente
Inspirando e expirando eu sustento a Mandala da Serenidade dos Budas

Adaptado da Meditação Conduzida áudio Mp3 de Lama Padma Santem

 Ou Se preferir pode fazer uma Indução do Ponto de Quietude Still Point com um acessório que você pode fazer: coloque duas bolinhas de tênis usadas dentro de uma meia lado a lado, e amarre de tal forma que fiquem bem juntinhas sem espaço entre elas e dê um nó no meio bem apertado, se quiser use duas meias. Então coloque sob o osso occipital por 10 min sendo o máximo recomendado de tempo 20 min. Mantenha postura do cadáver com almofada elevando o quadril direito.
Extraido da prática da Terapia Crânio Sacral por Márcio Moraes do Instituto Moraes Florianópolis/SC)

Massagem Tai Yoga para preguiçosos


Massagem Thai – Ioga para preguiçosos

por  1/08/2012 Comente!
 
Por Thareja Fernandes
Quando pensamos em massagem, geralmente imaginamos mãos suaves deslizando pelo corpo com a ajuda de um óle perfumado. Caso estejamos acostumados à massagem oriental, talvez a lembrança do cheiro de um incenso apareça discretamente. Esta seria, provavelmente, a mais próxima associação à ioga que faríamos, pois dificilmente a prática física difundida por Patanjali nos vem à mente quando o assunto é massagem. A manipulação do corpo tampouco é comumente ligada ao budismo. No entanto, na Thai ioga massagem esses campos do saber humano estão estreitamente conectados.
Também conhecida como nuad boran(massagem antiga), a massagem tailandesa foi desenvolvida há séculos. Embora sua origem exata ainda continue misteriosa, diz-se que chegou à Tailândia com o budismo, no século III a. C.. Diretamente relacionada aos princípios da medicina aiurvédica indiana, a massagem é parte integrante da medicina tailandesa e considerada mais um trabalho de energia do que de corpo. “Isso porque o terapeuta é guiado não pelas estruturas anatômicas, mas pela rede de meridianos de energia que percorre o corpo”, afirma Pierce Salguero, no livro Enciclopédia de massagem Thai.
A terapia é uma abordagem holística, cuja principal função é estimular o processo natural de cura do corpo, mas a técnica também pode ser aplicada com objetivos mais específicos, como para diminuir dores crônicas, estimular a circulação sanguínea, aumentar a flexibilidade e melhorar a postura. A combinação de alongamentos da ioga com acupressura utilizada pelo método também é eficiente no combate à rigidez muscular, artrite e outras doenças que afetam a mobilidade.
O terapeuta parece estar fazendo ioga pelo paciente. Por isso mesmo, às vezes a massagem é chamada de ioga para preguiçosos, em seu país de origem. As pressões são lentas, rítmicas, e as compressões profundas destinam-se a movimentar a energia presente no corpo. O massoterapeuta procura liberar os “ventos” estagnados, fazendo que com corram na direção correta. Para conseguir um bom resultado,  o profissional deve trabalhar em estado meditativo. Totalmente concentrado, poderá transmitir essa qualidade da mente por meio do toque. O objetivo central do tratamento da massagem Thai é deixar o corpo, a mente e o espírito em equilíbrio e harmonia, propiciando a cura.
Como no budismo, a linhagem é muito importante na Thai ioga, pois indica que o terapeuta é membro de uma tradição autêntica, cujo conhecimento vem sendo passado de mestre a discípulo ao longo dos séculos. Há duas escolas no país, a do Norte e a do Sul. Ambas seguem como código de ética os Cinco Preceitos do Budismo: não matar, não roubar, não praticar atos desonestos, abster-se de drogas e álcool e não praticar sexo impróprio.
Apesar das regras de conduta serem observadas, durante a Guerra do Vietnã, a massagem tailandesa foi associada à indústria do sexo e tomada como sinônimo de prostituição. Muitas clínicas de massagem em Bancoc serviram de fachada para bordéis. Ainda hoje, algumas pessoas associam a técnica ao sexo impróprio, mas atualmente, a maioria das clínicas tailandesas pratica a arte da cura tradicional.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Estudando a gravidez prolongada por Melania Amorim


.....“Em nossa opinião, corroborada por outros autores (1,3, 9,14) as mulheres devem ser esclarecidas sobre riscos e benefícios associados com a indução do parto a partir de 41 semanas, e devem fazer suas escolhas depois da informação. Não há indicação de cesariana porque a gravidez ultrapassou 40 ou 41 semanas, mesmo com colo desfavorável, sendo que a controvérsia da literatura diz respeito apenas a expectar, aguardando o trabalho de parto espontâneo, ou realizar indução do parto. 

Algumas mulheres não querem ser submetidas a protocolos de indução do parto e irão ficar mais satisfeitas aguardando o trabalho de parto espontâneo, porque veem o parto como um processo fisiológico e desejam que este seja o mais natural possível; outras irão preferir uma indução, pelo receio de um risco relativo maior de morte perinatal e aspiração meconial (10). Esta é uma decisão que só a gestante pode tomar, e que deve ser considerada por todo mundo que escreve e pesquisa sobre gravidez prolongada. Na prática clínica diária, obstetras, enfermeiras-obstetras e obstetrizes devem esclarecer às mulheres sobre riscos e benefícios envolvendo a decisão (9, 14), programando estratégias de monitorização do bem estar fetal quando se opta por conduta expectante. Essa monitorização está indicada devido ao aumento do risco de morte fetal na medida em que a gravidez se estende além de 41 semanas (1).” EXtraido do  texto estudando a gravidez prolongada de Melania Amorim no blog Estuda Melania Estuda.

Então quanto a  gravidez prolongada temos que :
A  gravidez prolongada por si só não é indicação de cesariana.
A mulher deve escolher se quer esperar o trabalho de parto espontâneo ou se quer indução do parto,após ser informada  sobre riscos e benefícios da indução do parto.
Na escolha pelo trabalho de parto espontâneo a vitalidade fetal deve ser monitorada criteriosamente.
A indução do parto pode ser realizada entre 41 e 42 semanas, contudo há poucas vantagens em se realizá-la em comparação com a conduta expectante. Deve-se observar características e expectativas da gestante na escolha da data de corte.
Em qualquer caso a mulher deve assinar o termo de consentimento esclarecido após sua decisão.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

É isso ai!

Adorei esse texto da Ana Cris,ela foi muito clara e concordo com ela não somos menos mãe ou menos mulher por termos tido uma cesárea.
EU FIZ CESÁREA, NÃO SOU MENOS MÃE!

Você mulher, mãe, que teve uma cesariana (necessária ou não) quando teve seu(s) bebê(s), antes de mais nada queria lembrar que você é uma mãe maravilhosa, competente, amorosa e tão boa quanto qualquer outra mãe boa. A via de parto não nos faz mais ou menos mães, mais ou menos mulheres, mais ou menos seres humanos. Eu tive uma cesariana há 15 anos, um parto normal há 12 anos, e me considero uma mãe boa o suficiente para ambos. E não amo um mais que outro.

Mas minha amiga, quando você ler uma mulher dizendo “O parto normal me fez mais mulher” ela não está dizendo que a tua cesárea te faz “menos mulher”. Ela quer dizer que o parto fez ela se sentir mais mulher do que ela se sentia antes, ou de que ela se sentia se ela tivesse feito uma cesariana. Ela não está criticando você ou as suas escolhas. Ela está comemorando suas próprias conquistas, só isso!Quando ela diz “quando eu dei à luz, eu me senti muito mulher, muito feminina, muito poderosa” ela não está dizendo que a gente, por ter feito cesariana, é menos mulher, menos feminina, menos poderosa. Ela está falando só dela, não da gente, entendeu?

Concordo que se ela entrar em qualquer terreno seu, e se dirigir a você como uma pessoa inferior, daí não tem jeito mesmo, a pessoa está sendo estúpida. Mas em geral não é isso que a gente vê. Eu não costumo ver mulheres “cesareadas” como nós, sendo acusadas de sermos mães de pior qualidade. A cesariana no Brasil já é uma realidade, eu e você fazemos parte da maioria esmagadora! Ela, a sua amiga que quis e/ou teve um parto bacana, ela é pequena minoria e apenas está feliz por ter conseguido atingir seu sonho. 

Todos esses movimentos que a mulherada está fazendo pelo direito ao parto natural, direito ao parto em casa, não dizem respeito a você e às suas escolhas. Elas dizem respeito a elas! Em nenhum cartaz ou fala você verá escrito “Proíbam as cesarianas, proíbam as escolhas pelas cesarianas, proíbam as mulheres de optarem pelas cesarianas, não queremos mais cesáreas que salvem vidas“. Essas mulheres querem que todas as mulheres tenham a chance de experimentar o que elas viveram, caso elas assim o desejem. Nunca ninguém desejou que o parto normal, ou natural, ou domiciliar, venha a ser algo obrigatório.

Por outro lado, uma coisa é certa: quando essas mulheres “xiitas” veem um relato de cesariana onde a mãe disse que fez a cirurgia salvadora porque tinha pouco líquido, ou cordão no pescoço, ou pé na costela, elas comentam mesmo, elas falam que isso não é indicação de cesariana. Você também chiaria se alguém fosse fazer uma cirurgia de varizes preventiva porque um dia vai que aparece uma variz, então é melhor operar. Cirurgias desnecessárias são uma questão importante em termos de saúde pública.

Só que, amiga, entenda, ela não está dizendo que você é uma mãe inferior! Ela está dizendo que seu médico fez uma cirurgia que não era necessária, só isso. Em nenhum momento ela está te julgando incompetente por ter aceitado a cirurgia proposta pelo seu médico, ainda mais com essa ameaça de que o bebê vai morrer ou sofrer. Em outras palavras, ela apenas está dizendo que sua cesariana não teria sido feita em nenhum país onde a saúde é levada a sério. Só no Brasil se opera com essas desculpas, e daí chegamos nos 94% do Santa Joana, por exemplo. A questão é de população, não de você.

Via de parto é apenas isso: via de parto. Não diz nada de qualidade de maternagem. Suas amigas “xiitas do parto natural” sabem que você é uma boa mãe. E também sabem que o parto normal não garante uma boa mãe (e vice versa). Não se ofenda quando você ler um post no perfil da sua amiga dizendo: “Eu quero ter direito à escolha“. Ela está falando apenas dela, e não de você.

Quando você se sentir enraivecida com essas notícias, posts e matérias sobre parto normal, natural etc., olhe para dentro de você e tente entender porque é que você ficou tão brava, tão chateada, tão mexida. Eu já fiz esse exercício diversas vezes e descobri coisas incríveis. Não perca essa oportunidade.

Palavra de Parteira.

* Ana Cristina Duarte é obstetriz, ativista do movimento de Humanização do Parto e mãe de Julia e Henrique.


Parto Domiciliar por Melania Amorim


Parto Domiciliar: direito reprodutivo e evidências

O parto domiciliar é uma opção segura para as parturientes de baixo risco atendidas por profissionais qualificados e é um direito da mulher.

A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro.” Ricardo Herbert Jones
Daniela Leal e Alexandre Amaral, psicólogos, no nascimento domiciliar de Ravi.Daniela Leal e Alexandre Amaral, psicólogos, no nascimento domiciliar de Ravi.Foto: Divulgação
A discussão sobre o local de parto deve se pautar, essencialmente, em dois níveis: respeito à autonomia e ao protagonismo feminino, uma vez que a escolha do local de parto é um direito reprodutivo básico; e reconhecimento e adequada interpretação das evidências comparando partos domiciliares planejados e partos hospitalares em gestantes de baixo risco. Não se compreende mais na atualidade o processo de tomada de decisão baseado exclusivamente nas concepções e na experiência do prestador de cuidado, uma vez que, por definição, Medicina Baseada em Evidências consiste na integração harmoniosa da experiência clínica individual com as melhores evidências científicas correntemente disponíveis e com as características e expectativas dos pacientes.
Apesar da posição contrária de alguns conselhos regionais de Medicina e da Federação Brasileira de Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que vêm sistematicamente desaconselhando o parto domiciliar, devemos destacar que tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) como a Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (FIGO) respeitam o direito de escolha do local de parto pelas mulheres e reconhecem que, quando assistido por profissionais habilitados, há benefícios consideráveis para as mulheres que querem e podem ter partos domiciliares. A OMS reconhece como profissionais habilitados para prestar assistência ao parto tanto médicos como enfermeiras-obstetras e parteiras e recomenda que as mulheres podem escolher ter seus partos em casa se elas têm gestações de baixo-risco, recebem o nível apropriado de cuidado e formulam planos de contingência para transferência para uma unidade de saúde devidamente equipada se surgem problemas durante o parto(1–3). Por sua vez, a FIGO recomenda que "uma mulher deve dar à luz num local onde se sinta segura, e no nível mais periférico onde a assistência adequada for viável e segura” (4). Outras sociedades no mundo, como o American College of Nurse Midwives (5), a American Public Health Association (6), o Royal College of Midwives (RCM) e o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) (7) apoiam o parto domiciliar para mulheres com gestações não complicadas. De acordo com a diretriz do RCM e do RCOG, “não há motivos para que o parto domiciliar não seja oferecido a mulheres de baixo risco, uma vez que pode conferir consideráveis benefícios para estas e suas famílias” (7).
Mesmo o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), conquanto explicite que considera hospitais e centros de parto normal mais seguros, reconhece o direito das mulheres de escolher o local do parto. Citando literalmente o resumo da diretriz, publicada em fevereiro de 2011: “Embora o Comitê de Prática Obstétrica acredite que os hospitais e centros de parto normal sejam os locais mais seguros para o nascimento, ele respeita o direito de uma mulher de tomar uma decisão medicamente informada sobre o parto. Mulheres questionando sobre o parto domiciliar planejado deveriam ser informadas sobre os seus riscos e benefícios baseados nas recentes evidências. Especificamente, elas deveriam ser informadas que embora o risco absoluto possa ser baixo, o parto domiciliar planejado está associado com um risco duas a três vezes maior de morte neonatal quando comparado com o parto hospitalar planejado. É importante que as mulheres devam ser informadas que a adequada seleção de candidatas para o parto domiciliar; a disponibilidade de enfermeiras-obstetras ou parteiras certificadas, ou médicos atuando dentro de um sistema de saúde integrado e regulado; o pronto acesso à consulta; e a garantia de transporte seguro e rápido para os hospitais mais próximos são críticos para reduzir as taxas de mortalidade perinatal e obter desfechos favoráveis do parto domiciliar.” (8)
Em relação às evidências, a despeito dos temores do ACOG, devemos destacar que essa conclusão de aumento do risco de morte neonatal se baseia unicamente nos resultados da controvertida metanálise publicada em 2010 por Wax et al. no American Journal of Obstetrics and Gynecology (AJOG) (9). O problema é que essa metanálise, que incluiu 12 estudos originais e um total de 342.056 partos domiciliares e 207.551 partos hospitalares planejados, apresentou diversos vieses e erros metodológicos grosseiros. Os autores concluíram que os partos domiciliares planejados se associam com menor risco de intervenções maternas, incluindo analgesia peridural, monitoração eletrônica fetal, episiotomia, parto operatório, além de menor frequência de lacerações, hemorragia e infecções. Dentre os desfechos neonatais dos partos domiciliares planejados, verificou-se menor taxa de prematuridade, baixo peso ao nascer e necessidade de ventilação assistida. No entanto, apesar de as taxas de mortalidade perinatal serem semelhantes entre partos domiciliares e partos hospitalares, os partos domiciliares se associaram com aumento de cerca de três vezes das taxas de mortalidade neonatal. 
O artigo em questão gerou intensa polêmica na comunidade científica internacional, seguindo-se diversas cartas publicadas em sequência no próprio AJOG, das quais uma tem o provocativo título “Parto domiciliar triplica a taxa de morte neonatal: comunicação pública ou má ciência?”(10). Diante de todas as críticas, o AJOG resolveu investigar o estudo em questão, e a revisão pós-publicação de fato encontrou erros na análise original, embora não tenha alterado suas conclusões. A conceituadíssima revista Nature se interessou pela questão, porém mesmo solicitando diversas vezes que tanto Wax como o ACOG comentassem os problemas apontados por vários especialistas, esses declinaram o convite. A Elsevier, editora que publica a revista, reconhece os erros, mas não acredita que esses possam motivar uma retratação (11).
Tentando resumir a enorme quantidade de críticas feitas à metanálise de Wax, podemos afirmar que, à diferença das revisões sistemáticas da Cochrane, essa não seguiu as diretrizes estabelecidas internacionalmente para condução e publicação de metanálise, como o PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) ou o MOOSE (Meta-Analyses and Systematic Reviews of Observational Studies). Diversos erros estatísticos foram cometidos, até porque os autores utilizaram uma calculadora para a metanálise que apresenta vários problemas, resultando em Odds Ratio e intervalos de confiança incorretos, o que foi reconhecido pelo próprio autor do programa. No entanto, o principal erro enviesando a análise não foi estatístico, e sim um viés de seleção dos estudos, porque os autores da metanálise excluíram o grande estudo de coorte holandês com mais de 500.000 partos do cálculo do risco de morte neonatal, embora o tenham incluído no cálculo do risco de morte perinatal. Na verdade, os dados da metanálise são contraditórios em relação à morte neonatal e perinatal basicamente porque os autores definiram morte perinatal como morte fetal depois de 20 semanas ou a morte de um recém-nascido (RN) vivo nos primeiros 28 dias de vida, em vez de nos primeiros sete dias de vida, como é a recomendação internacional. Por outro lado, outros estudos usados para calcular o risco de morte neonatal foram incorretamente incluídos e outros que poderiam ter sido incluídos para o cálculo de morte perinatal foram excluídos, por razões que não ficam bem claras. Os dados utilizados para o cálculo de morte neonatal incluíram partos que não tinham sido assistidos por parteiras ou enfermeiras-obstetras certificadas, o que já se demonstrou ser fator importante para redução dos riscos. Mesmo revisando os dados e apresentando os gráficos em uma publicação ulterior na revista com os novos números calculados corretamente, isso não resolve os sérios problemas metodológicos pertinentes à definição de termos e critérios de inclusão e exclusão.
Em suma, como refere Keirse em seu brilhante artigo publicado na Birth em Dezembro de 2010 (“Home Birth: Gone Away, Gone Astray, and Here To Stay”) “combinar estudos de parto domiciliar e hospitalar, sem diferenciar o que está dentro deles, onde eles estão e o que os circunda, é semelhante a produzir uma salada de frutas com batatas, abacaxi e salsão”. (12)
O fato é que, à parte a enviesadíssima metanálise de Wax et al., todos os grandes estudos observacionais publicados reforçam as vantagens do parto domiciliar em termos de desfechos maternos, resultando em menor taxa de intervenções como episiotomia, analgesia, uso de ocitocina, operação cesariana e parto instrumental (fórceps e vácuo-extrator), sem aumento do risco de complicações para mães e bebês e com elevado grau de satisfação das usuárias que passaram por essa experiência (13–15). Dentre esses estudos, destacamos o estudo holandês (de Jonge et al.), publicado em 2009, envolvendo mais de 500.000 partos (16), e que foi arbitrariamente excluído da metanálise, como já apontamos anteriormente, e os estudos mais recentes, publicados em 2011, o do National Health System (NHS) no Reino Unido (mais de 60.000 partos) (17) e outro grande estudo de coorte holandês com mais de 679.000 partos (18). Nesse último estudo, evidenciou-se uma mortalidade perinatal de 0,15% em partos domiciliares planejados contra 0,18% em partos hospitalares planejados em parturientes de baixo risco. O fato é que, infelizmente, mesmo com a melhor assistência, 15-18 em cada 10.000 RN irão morrer, quer nasçam em casa quer no hospital, mesmo em países desenvolvidos como a Holanda, não havendo diferença significativa nessa mortalidade de acordo com o local de parto. 
Essa ausência de diferença relevante no prognóstico perinatal foi corroborada na revisão sistemática publicada em 2012, envolvendo 22 grandes estudos observacionais que compararam os desfechos maternos e perinatais de partos extra-hospitalares (domiciliares ou em casas de parto) assistidos por obstetrizes (modelo não médico) com partos intra-hospitalares assistidos por médicos (19). A conclusão dessa revisão sistemática é que mulheres de baixo risco atendidas em casas de parto ou domicílio por obstetrizes certificadas passam por menor número de intervenções obstétricas e têm maior chance de ter partos normais do que mulheres de baixo risco recebendo o atendimento obstétrico padrão em hospitais. Nenhuma diferença na mortalidade perinatal foi encontrada. Reforça-se a importância do treinamento adequado das obstetrizes para a identificação e o pronto tratamento de eventuais complicações intraparto (19).
Embora a utilização de evidências de estudos observacionais possa ser alvo de críticas, o fato é que não dispomos de ensaios clínicos randomizados (ECR) comparando partos domiciliares vs. hospitalares. Um único ECR foi publicado e incluído na revisão sistemática da Biblioteca Cochrane, porém só conseguiu avaliar 11 mulheres (20). De fato, alguns especialistas podem considerar difícil elaborar recomendações fortes com base em evidências fracas, oriundas de estudos observacionais, mas o mínimo que profissionais e sociedades deveriam reconhecer é que também não dispomos de evidências fortes corroborando a segurança do parto hospitalar para parturientes de baixo risco e seus neonatos. 
No entanto, randomizar mulheres para parto domiciliar ou hospitalar é virtualmente impossível: de acordo com Keirse, essas mulheres para quem “tanto faz” parir em casa como no hospital seriam “tão raras quanto elefantes brancos”, mas mesmo que essas mulheres fossem encontradas, dificilmente as conclusões de um ensaio clínico randomizado com essa amostra poderiam ser extrapoladas para mulheres diferentes em situações e contextos clínicos diferentes. Mulheres que DESEJAM ter seus bebês em casa diferem substancialmente daquelas que escolhem um parto hospitalar, da mesma forma que os profissionais que prestam assistência a partos domiciliares ou exclusivamente a partos hospitalares também são bastante diferentes entre si.
Na prática, devemos considerar que tanto gestantes como profissionais de saúde têm sempre o mesmo e primaz objetivo de garantir uma experiência de parto satisfatória, com mãe e bebê saudáveis. Por outro lado, é um direito reprodutivo básico para as mulheres poder escolher como e onde irão dar à luz. Essa escolha deve ser informada pelas melhores evidências correntemente disponíveis, e essas evidências sugerem, sem se considerar a metanálise equivocada de Wax et al., que o parto domiciliar é uma opção segura para as parturientes de baixo risco atendidas por profissionais qualificados. Como vantagens em relação ao parto hospitalar se destacam a menor frequência de intervenções para a mãe e o conforto e a satisfação das usuárias, que vivenciam uma experiência única e transformadora em seu próprio lar. As taxas de mortalidade perinatal e neonatal são semelhantes àquelas observadas em partos hospitalares de baixo risco. No entanto, a decisão final deve se basear tanto nas evidências como nas características e expectativas das gestantes, bem como na experiência e qualificação dos prestadores e nas facilidades de acesso aos serviços de saúde.
De fato, o parto domiciliar planejado não somente continua acontecendo no Brasil, como vem crescendo o número de mulheres que optam por essa alternativa, apesar de ainda não dispormos de estatísticas confiáveis sobre o número exato, uma vez que os nossos sistemas de informação não permitem ainda distinguir partos domiciliares planejados dos não planejados e ocorridos sem assistência. No entanto, com o acesso amplo à Internet e o constante debate nas redes sociais, diversas mulheres têm compartilhado e comparado as suas experiências de parto em nosso país. Existe uma parcela crescente de mulheres insatisfeitas com o atual modelo de assistência obstétrica, excessivamente tecnocrático e caracterizado, por um lado, pelas taxas de cesárea inaceitavelmente elevadas no setor privado (mais de 80%) e, por outro, pelos partos traumáticos e com excesso de intervenções no Sistema Público de Saúde. Apesar da política de Humanização da Assistência ao Parto e Nascimento preconizada pelo Ministério da Saúde no Brasil (21), é fato que o modelo atual, hospitalocêntrico e medicalocêntrico, não permite ainda à maior parte das usuárias ter uma assistência ao parto humanizada e segura. Vivemos ainda em um país onde, "quando não se corta por cima, se corta por baixo", como bem definem Diniz e Chachan, referindo-se às cesáreas e episiotomias desnecessárias (22). Mais ainda, vivenciamos o chamado “paradoxo perinatal brasileiro”, uma vez que apesar de termos 98% de partos hospitalares e da adoção indiscriminada da tecnologia para assistência ao parto, a mortalidade materna e neonatal persistem elevadas (23).
Para completar, uma em cada quatro mulheres brasileiras internadas para assistência ao parto em hospitais públicos ou privados relata ter sofrido violência institucional, traduzida por qualquer forma de agressão perpetrada pelos profissionais de saúde que lhe prestam atendimento. Essas agressões não envolvem apenas o uso de procedimentos, técnicas e exames dolorosos e desnecessários, mas até ironias, gritos e tratamentos grosseiros com viés discriminatório quanto a classe social ou cor da pele (24). A violência institucional durante o parto pode assumir múltiplas facetas e representa um problema internacionalmente reconhecido (25). Em diversos hospitais ainda não se permite a presença do acompanhante, mesmo com a Lei 11.108/2005 estabelecendo a obrigatoriedade de tanto hospitais públicos como privados permitirem a presença, junto à parturiente, de um acompanhante durante todo o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato (26).
O atual modelo de assistência ao parto em nosso País é assustador, com os 52% de cesarianas (27) contrastando com uma mortalidade materna em torno de 70 para 100.000 nascidos vivos (28, 29) Mais ainda, embora falido e não sustentável em longo prazo, permite ainda a muitos profissionais soluções cômodas a que esses se aferram, de dentro de sua zona de conforto, como a praticidade e a conveniência de programar cesarianas eletivas sem indicação médica definida. Curiosamente, são esses os mesmos profissionais que defendem o "direito" da mulher de escolher sua via de parto, embora aparentemente este direito tenha mão única, só valha para a minoria de mulheres que desejam uma cesariana e não inclua aquelas que desejam um parto normal nem tampouco se estenda para a decisão sobre o local de parto (30). A voz das mulheres e o seu direito de escolha têm sido grandemente ignorados (31).
O debate em torno do parto domiciliar, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, tem se tornado extremamente polarizado e politizado. Impõe-se o seu direcionamento sob uma perspectiva mais racional, focada em evidências.  Nossa intenção é promover ampla discussão com toda a sociedade, tentando estabelecer um consenso, visando a garantir o respeito a um direito reprodutivo básico, qual seja a escolha do local de parto, mas também a implementar estratégias para aumentar a segurança e a satisfação das usuárias em TODOS os partos (12). Isso inclui tanto melhorar e humanizar a atenção hospitalar no sentido de que os partos assistidos em maternidades ou centros de parto normal possam representar uma experiência gratificante para as mulheres, como estabelecer diretrizes para a seleção adequada das candidatas ao parto domiciliar e um atendimento obstétrico seguro e de qualidade em domicílio.
REFERÊNCIAS
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